Conheça em detalhes o projeto sustentável e inovador da Item 6 Arquitetura e Sustentabilidade
- A Redação
Após minuciosos estudos e cuidados com as características dos clientes e do local, a Arquiteta Karla Cunha e a Arquiteta Paisagista Camila Simhon, apresentam os detalhes, deste que promete ser um exemplo de projeto sustentável a ser adotado.
Vista do terreno em Piracaia-SP
Em uma área de 20 mil m2, num terreno localizado em Piracaia-SP, os projetos arquitetônico e paisagístico foram um desafio incrível, onde puderam ser aplicados diversos conceitos sustentáveis, oferecendo o máximo de recursos ambientalmente corretos, desde a concepção do projeto, passando pela especificação de materiais, escolha de parceiros, até a própria construção e que começam a ganhar forma.
Em um cenário como o da região de Piracaia, rico em água e exuberância natural, foi preciso antes de tudo, vivificar o solo, recuperando as características do ambiente que um dia foi mata nativa. E tudo isso foi feito em parceria com empresas regionais, evidenciando ainda mais o cunho sustentável do trabalho.
Um processo importante no desenvolvimento do projeto, foi a escolha da árvore 'vedete' do paisagismo. Por isso, a equipe de projeto, foi pessoalmente ao viveiro, e com a ajuda do experiente Walter Doering da empresa Casa da Árvore, um dos mais respeitados fornecedores do setor no país, percorreram quase todo os mais de 6 hectares da fazenda em busca da espécie adequada.
"Cada uma delas, com suas características específicas causou encanto de alguma forma e escolher apenas uma não foi uma tarefa fácil" revela a arquiteta paisagista Camila Simhon.
Foram selecionadas duas espécies nativas brasileiras (farinha-seca e imbiruçu) e duas exóticas (flamboyant e cássia-rosa).
Farinha-seca (Albizia hasslerii)
Flamboyant (Delonix regia)
Cássia-rosa (Cassia grandis)
Imbiruçu (Pseudobombax grandiflorum)
A preocupação com a base do projeto - o solo - foi tão importante quanto o projeto e si. E com esse foco também foi adotado o processo de manejo orgânico, comandados pelo Pupin, da Família Orgânica, que em uma de suas intervenções sugeriu o plantio de girassóis, com a função de servir como adubo verde e cobertura morta.
Girassóis no terreno
Parte desse processo também envolve o estudo das águas, que foi desenvolvido pelo parceiro Gui Castagna, da Fluxus Design Ecológico.
Paralelamente a todos os cuidados com o tratamento do terreno, fora concebido o projeto Arquitetônico e Paisagístico, confira todos os detalhes do projeto:
SPA, espaço de descanso e lazer
O SPA é uma das construções independentes do projeto residencial e as imagens a seguir mostram três ambientes dessa área de descanso e lazer: academia, espaço ofurô e vestiário.
Toda a estrutura das construções é de madeira, e os pisos das áreas internas são em cimento queimado e ladrilhos hidráulicos em alguns ambientes para conferir charme ao projeto.
Vista parcial da academia do SPA
Para as paredes internas e externas especificamos as Tintas Solum, um produto sustentável e com inúmeras vantagens ambientais em sua composição.
Já o painel de cordas separa com muita leveza a academia do espaço ofurô.
Espaço ofurô, área de descanso dentro do spa
O espaço ofurô é composto por uma área de descanso inferior, onde estão as espreguiçadeiras e outra no deck suspenso com o ofurô coletivo.
A pedra madeira, fornecida por empresas locais, reveste a parede junto ao deck e ambas as áreas têm vista externa para o jardim.
Já a jardineira em aço corten com o bambu-mossô trazem um pouco do paisagismo para o espaço interno.
O vestiário atende os usuários da piscina e spa
O vestiário é bem amplo de modo a atender os visitantes que utilizarem a piscina e o próprio SPA.
Nele encontram-se duas cabinas fechadas, uma com a bacia sanitária e a outra com o chuveiro, oferecendo privacidade aos usuários.
Todos os metais sanitários têm sistemas de economia de água, as madeiras do deck e bancadas das pias são de demolição e a cuba colorida é de cabaça é artesanal.
A construção também conta com um telhado verde e uma incrível vista da natureza do entorno.
Jogos, espaço de encontro e lazer
Nas vistas externas, é possível observar que as duas construções, jogos e hóspedes, são bem próximas, e por isso foram sempre tratadas em conjunto.
A imagem a seguir mostra a vista externa do jogos, onde o deck de madeira de demolição em três níveis oferece uma área de descanso e contemplação da incrível natureza local.
Vista externa do jogos com deck anexo
Assim como no SPA, a estrutura é toda em madeira, e a fachada revestida em pedra madeira, a ser fornecida por empresas locais.
A vedação utilizada foi a dos tijolos ecológicos, que proporcionam conforto termo acústico, além de ter diferenciais sustentáveis em seu processo produtivo.
As duas portas tipo celeiro dão o aspecto rústico à construção, assim como as telhas de madeira itaúba.
As grandes portas de vidro de correr estão em boa parte do ambiente, proporcionando iluminação e ventilação natural, assim como as aberturas superiores com troncos intercalados, protegidas apenas por telas que evitam a entrada de animais indesejados.
As próximas duas imagens são da área interna dos jogos, que mostram os itens de lazer do local, como a parede de escalada e as mesas de sinuca, carteado e tênis de mesa.
Vista interna do jogos com os elementos de lazer
Na próxima imagem, também interna do jogos, é possível visualizar os colchões de amortecimento da parede de escalada sobre o chão de cimento
Imagem interna do jogos com o balcão da copa ao fundo
A janela da lateral esquerda mostra um pouco do pergolado que separa o jogos da casa de hóspedes e suaviza o desnível de 1,00 m entre as duas construções.
A estrutura do telhado é aparente e mostra o forro em placas de OSB, mas que ainda poderão ser revestidas em bambu.
Casa de hóspedes, aconchego com simplicidade
A próxima imagem mostra a sala de estar da casa de hóspedes e ao fundo a área de pergolado e espelho d´água, que separa a construção do jogos, composta também por um muro verde.
Sala de estar do hóspedes com o pergolado e espelho d´água ao fundo
A área externa e as pisadas sobre o espelho d´água são em piso drenante, onde encontra-se o banco tora, esculpido artesanalmente a partir de árvores que seriam inadequadamente descartadas.
A frente do balcão da pequena copa é revestido em pastilhado de castanheira.
Suíte de hóspedes, conforto com simplicidade
As três suítes de hóspedes seguem o mesmo padrão, possuem camas de solteiro que podem se transformar em casal, piso em cimento queimado ambientalmente correto com tabeira de contorno em madeira de demolição e as paredes com a pintura rústica.
Os banheiros também seguem uma mesma linha, com paredes, bancadas de pias e pisos no mesmo cimento queimado usado nos demais ambientes, sendo os pisos ainda com contornos em ladrilhos hidráulicos.
As cubas são artesanais e bem coloridas para quebrar a aparente frieza do revestimento cimentício e o grande espelho cristal sobre a bancada amplia o ambiente com muita leveza.
Banheiros de hóspedes em cimento queimado e detalhes coloridos
Já a vista externa a seguir mostra a fachada da casa de hóspedes, com porta e janelas tipo celeiro e telhado verde em sua cobertura, que proporciona, além do belo paisagismo, conforto térmico e proteção estrutural à construção.
Fachada da casa de hóspedes com pintura rústica e telhado verde
"Fazer parte deste projeto nos enche de orgulho, não apenas pela arquitetura e paisagismo nele implantados, mas também por todo o conceito verdadeiramente sustentável que ele carrega e que certamente será disseminado por todos os envolvidos", ressalta a Arquiteta Karla Cunha.
Quanto ao conceito que este projeto representa, temos a certeza que o local será constituído de muito mais que uma área de cultivo ou moradia.
O próprio processo de construção do espaço servirá de referência no condomínio e também de desenvolvimento para os envolvidos, podendo inclusive, se transformar num propulsor de iniciativas semelhantes na região.
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Item6 Arquitetura Sustentável