29ª Expoflora - Cobertura completa da mostra de paisagismo - 4ª parte
Ambiente 13 – Jardim dos Sentidos
O paisagista Luciano Marangoni Simões, de Campinas, escolheu as hortências (Hydrangea macrophylla) pelo seu florescimento decorativo e de longa duração para recepcionar os visitantes e conduzi-los até a fonte instalada no centro do jardim. Ele imaginou um local de descanso para jovens após períodos de provas e estudos, ocasiões em que o relaxamento torna-se necessário para evitar o estresse.
As plantas aromáticas, como a lavanda (Lavandula) e o som da água e dos pássaros, atraídos pelos frutos roxo escuro da tamareira (Phoenix roebelinii), ajudam o usuário a sentir, a tocar e a ouvir o jardim.
Do lado direito, pode-se contemplar a forração contínua de beijos-pintado (Impatiens hawkeri). Ao fundo, à esquerda do deck de apenas quatro metros quadrados no qual encontramos confortáveis poltronas, as paredes cedem espaço para um painel verde de samambaias. No jardim, ainda podem ser admirados os antúrios (Anthurium) e os frutos de coloração do podocarpo (Taxus baccata), pinheiro ornamental de origem européia.
Investimento aproximado: R$ 7,2 mil (projeto - R$ 1mil; implantação - R$ 2 mil; mobiliário - R$ 1, 2 mil; e material - R$ 3 mil)
Ambiente 14 - Lual dos Jovens
O médico veterinário e aquapaisagista Ricardo Caporossi Jr., de Holambra, uniu-se à paisagista Ana Cecília Vega Palma e ao lighting designer Rafael Vega, de Indaiatuba, para projetar esse ambiente alegre e cheio de energia onde os jovens se encontram à noite para cantar, tocar violão e colocar a prosa em dia.
O jardim é aconchegante: a pira traz o calor do fogo que aquece quem se senta nas pedras e bancos de areia que se formam nas margens do rio. A água desce suavemente entre as plantas verdes em tons suaves, molhadas pelo orvalho da noite, até encontrar um lago ornamental com carpas.
Para o paisagismo foram eleitas as palmeiras phoenix, samambaiaçu (Dioksonia sellowiana), a strelitza branca (Strelitza augusta), heliconia rostrata, dracena (Pleomele reflexa), moréia (Dietes bicolor), fórmio (Formium tenax), lírio de São José (Hemerocalis).
Investimento aproximado: não informado
Ambiente 15 - Jardim para Família Contemporânea
A arquiteta e paisagista Raquel Nopper Alves, de Campinas, que desde 2008 participa dessa mostra, imaginou um jardim para uma família caracterizada por pais que trabalham e filhos que estudam, sem muito tempo para estarem juntos. Daí a importância de utilizar o jardim como um local de convívio. Como os encontros não são frequentes e o tempo deles é escasso, a vegetação escolhida exige apenas cuidados simples, como a bromélia, a palmeira e as helicônias, que fornecem flor quase o ano todo.
O aconchego é transmitido pelo pergolado, construído em alumínio marrom fosco (material 100% reciclável), que substitui a madeira e do qual pendem finos tecidos, que, junto com os sofás, poltronas e mesa de centro transformam o ambiente em uma sala de estar ao ar livre. Um dos jardins verticais, também presentes nesse ambiente, está repleto de bromélias e bambu tratado. Do painel de samambaias escorre a água para a formação do espelho sobre o qual foi construído um deck redondo, com tapetes e almofadas, como se fosse uma extensão dessa sala de estar.
Do lado oposto, um convidativo spa para quatro pessoas e duas espreguiçadeiras de ratan para o banho de sol e relax. Um banco de madeira serve de apoio para as toalhas e acessórios de banho. Os pedriscos dos caminhos entre os ambientes são os mesmos utilizados no rejunte do piso de cimento queimado da sala de estar.
A vegetação escolhida é, também, de baixa manutenção, no contraste verde das palmeiras Veitchia montgomeryana e Caryota mitis e vermelho, das helicônias e bromélias. A forração é feita com casca de macadâmia.
Investimento aproximado: R$ 38,5 mil (R$ 3,5 mil do projeto e R$ 35 mil para a implantação).
Ambiente 16 - Vida em Duas Rodas
O engenheiro agrônomo, paisagista e designer Mauro Contesini, de Vinhedo, e a arquiteta de interiores Inês Scisci Maciel, de Campinas, tiveram a ideia de construir um espaço para um casal de 60 anos de idade que ainda pratica o ciclismo, atividade compartilhada pelos filhos e netos. Eles utilizam as bicicletas como meio de transporte por gerar bem estar ao usuário e não poluir o meio ambiente. Vale ressaltar que este ano a bicicleta completa 200 anos de sua criação.
Todo o material utilizado no ambiente (madeiras, metais, tinta e outro) foi escolhido pela não agressão à natureza e não geração de entulho durante a obra. Ainda nesse conceito, os profissionais aproveitaram-se de materiais que compõem uma bicicleta para montar uma criativa reciclagem do lixo urbano. Luminárias de baixo consumo destacam-se no cenário com o uso de Leds.
Ao lado do estacionamento das bicicletas, foi criada uma bancada onde os avós cultivam sua pequena coleção de orquídeas, entre elas a Phalaenopsis sp, com todo o conforto e acessibilidade. Esta mesma bancada serve de apoio na hora do lanche ou de degustar um vinho em noite de luar. Uma lareira ecológica, que usa um gel fluido a base de etanol, aquece o local em noites frias. O pergolado de madeira certificada garante o conforto e o aconchego para os momentos de integração familiar. Um painel em adesivo relembra momentos do passado.
As plantas são de fácil cuidado. Para que elas não se tornem um transtorno e nem uma obrigação, os profissionais criaram canteiros de formas bem definidas e marcantes, facilitando a manutenção. O uso de plantas não tóxicas deve-se à presença de crianças no local, uma preocupação que todos os avôs têm com seus netos.
As cercas foram formadas com Viburno (Viburnum suspensus), plantas de origem europeia e crescimento compacto, apresentando-se como uma boa opção para substituir o uso de buxinhos (Buxus sempervirens). As topiarias de Fícus (Fícus benjamim) trouxeram romantismo ao ambiente, ao lado das alegres Maria-sem-vergonha (Impatiens walleriana), na cor rosa, plantadas em vasos.
Investimento aproximado: R$ 25 mil.
> Confira a 5ª parte da matéria e se encante com a criatividade dos profissionais ...