Chelsea Flower Show 2013 - O centenário de um dos maiores eventos de paisagismo do mundo
- Monique Briones, colunista Internacional
E apesar de perceber que este ano a mostra tinha muito mais setores comerciais e lojinhas de todo tipo de produtos relacionados com a industria verde, não me decepcionei nem um pouco. Este evento continua sendo impressionante e a cada ano se supera. Não podia ser diferente na celebração dos seus 100 anos.
No entanto este ano o evento tinha que ser único, afinal estamos falando de um século de historia, tendências e desenho de jardins. Os paisagistas foram escolhidos a dedo para que não existisse nenhuma duvida da qualidade e magnitude deste evento.
Não posso esquecer de comentar que os viveiros que expuseram suas variedades estrela no "Great Pavilion" não ficaram atrás e esta vez não podia parar de fazer fotos macro de cada uma daquelas espetaculares plantas e flores, combinadas de forma estratégica para luzir e ofuscar a vista.
Alem da Rainha Isabel, do Príncipe Harry, e muitos outros visitantes ilustres, este ano se abriram as portas aos gnomos, que tinham sido banidos da mostra de paisagismo pela RHS. Não sou muito fá de gnomos de jardim, mas tenho que admitir que estes eram engraçadinhos.
Um encontro casual com Alan Titchimarsh, padrinho da mostra e importante paisagista/apresentador da BBC na Inglaterra, me fez lembrar de um programa que adorava ver quando tinha somente 15 anos. Inspiração em pequenos jardins.
Alan Titchimarsh, paisagista e padrinho da mostra
O que dizer sobre a mostra?
Haviam jardim previsíveis e que repetiam elementos e tendências, acho que isso é um pouco inevitável as vezes, mas também haviam jardins com elementos reciclados, como molas de colchões velhos, restos industriais. Jardins para deficientes visuais, sensoriais e dominados por materiais mais que plantas.
Jardins conceituais e que transportavam a paisagem rural a um pequeno espaço.
Jardins extremamente modernos que conseguiam ao mesmo tempo ser românticos.
Até mesmo jardins com plantas e arvores mortas, colocadas de formas estratégicas, e combinados com outros elementos. Tudo em nome da arte.
Alguns jardins eram quase totalmente comestíveis e produtivos. Outros sustentáveis e com plantas nativas.
Apenas um jardim se inspirou no centenário no seu desenho, misturando tendências de vários anos da feira, mas haviam também jardins urbanos, que uniam a vida silvestre com telhados verdes.
Jardins minimalistas e também naturalistas...
Enfim, havia muita, muita energia, ideias, beleza, harmonia.
E continuo repetindo, que este é um evento obrigatório a todos os paisagistas e aos que querem se dedicar a esta profissão. Porque ali é onde você percebe quanto de arte tem esse mercado, quanto de paixão e bom gosto.
E não tem como voltar indiferente. Não tem como não ficar com vontade de se unir a esse mundo, de fazer com que ele seja cada dia mais verde e deixar assim que a natureza também nos transforme fazendo jardins com muita arte.
Monique Briones é paisagista e nossa colunista internacional. Sediada em Madrid, entre um projeto e outro visita os principais eventos da região trazendo sempre matérias exclusivas e imagens com muita sensibilidade.
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