Arquitetura Paisagística Contemporânea no Brasil
A ideia do livro surgiu em 2006, quando o arquiteto Eduardo Barra, então presidente da Abap, iniciou o projeto da obra ao lado da professora carioca Lucia Costa. Umas das referências usadas como base foi a publicação comemorativa do centenário da American Society of Landscape Architects (Asla). Posteriormente, convidaram as arquitetas Ivete Farah, Mônica Bahia Schlee e Raquel Tardin para organizar o conteúdo. Consideramos que estava na hora de registrar o percurso do paisagismo brasileiro, tentando compreender de onde partimos o que alcançamos e o rumo que pretendemos tomar, afirma Barra.
Dividido em cinco capítulos, que se distribuem em duas partes, o título investiga ainda o papel dos profissionais diante da melhoria da qualidade de vida das cidades. A primeira parte trata dos caminhos precursores da arquitetura paisagística no Brasil até 1976. Assinado por Hugo Segawa, o texto que abre esse bloco oferece um panorama da produção nacional nos três primeiros séculos após a colonização portuguesa. Segawa delineia os costumes da sociedade brasileira, relacionando-as com a trama das nossas cidades, tendo como recorte os espaços públicos ajardinados. Em seguida, Ana Sá Carneiro, estudiosa da obra de Burle Marx, debate sobre o ofício entre os anos de 1930 a 1970, enfatizando a busca pelas raízes brasileiras.
O segundo bloco analisa a contribuição de diversos arquitetos na criação de espaços e na busca pela qualidade de vida nas cidades brasileiras. São comentados e analisados projetos residências e públicos como o Parque Estadual do Jaraguá (São Paulo), a reurbanização do Vale do Anhangabaú (São Paulo) e o Aeroporto Internacional do Galeão (Rio de Janeiro), entre outros. No capítulo final, Lúcia Costa e Paulo Pellegrino ponderam sobre o futuro do paisagismo no país, discutindo a complexidade das paisagens urbanas e o caráter multidisciplinar do profissional contemporâneo.
Essa obra representa uma iniciativa na construção do conhecimento sobre a produção da paisagem no Brasil. Desejamos que nossos olhares contribuam para futuras reflexões e discussões sobre tema tão rico e amplo, destacam as organizadoras.
Edição: 1
Editora: Senac São Paulo
Número de páginas: 232
Autores: Ivete Farah, Mônica Bahia Schlee e Raquel Tardin