Quartzito: a pedra que eleva o Brasil como potência mundial na exportação de rochas naturais

O Brasil segue consolidado como um dos grandes protagonistas do mercado global de rochas naturais. O setor, que já posiciona o país como o quarto maior produtor e o quinto maior exportador mundial, continua em expansão, impulsionado especialmente pelo quartzito – uma pedra exótica que conquistou espaço em grandes projetos de arquitetura e construção ao redor do mundo.

Com uma diversidade geológica única, o Brasil possui uma maior variedade de rochas naturais, abrangendo uma ampla paleta de núcleos e tipos. Em 2024, as exportações brasileiras alcançaram US$ 1,26 bilhão, um crescimento de 12,7% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas). Estima-se que o mercado interno tenha um montante semelhante, resultando em um faturamento aproximado de R$ 14 bilhões e gerando 400 mil movimentos diretos, sendo 20 mil apenas no Espírito Santo, estado responsável por 82% das exportações do país.

O quartzito se destacou como o principal material exportado pelo Brasil, representando 47,4% das exportações brasileiras em 2024. O país atingiu um recorde histórico de US$ 599,6 milhões em exportações desse material, um crescimento de 31,8% em relação ao ano anterior. “O quartzito brasileiro, além de consolidado como um dos materiais mais procurados no mercado internacional, tem se destacado pelo seu potencial em mercados estratégicos, como o indiano. No segmento de luxo, ele é valorizado por sua beleza, resistência e descobertas em aplicações sofisticadas, como bancadas, mesas e pisos. O que diferencia o Brasil frente a outros mercados é a percepção de exclusividade e qualidade superior dos nossos materiais, sendo referência de alto padrão”, destacou Tales Machado, presidente do Centrorochas.

Diante desse potencial, o Brasil sediou, entre os dias 18 e 20 de fevereiro de 2025, a primeira edição da Marmomac Brazil, versão nacional da principal feira internacional do setor, realizada anualmente na Itália. O evento, que aconteceu no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, reuniu 200 marcas expositoras e recebeu cerca de 15 mil visitantes de mais de 60 países, entre importadores, distribuidores, marmoristas, construtoras, arquitetos e designers. A iniciativa ampliou as oportunidades de negócio e fortaleceu ainda mais a presença do Brasil no cenário global.

Apesar da trajetória consolidada no mercado internacional, muitos compradores ainda não tinham contato direto com os materiais brasileiros. Paralelamente, no mercado interno, pedras de altíssima qualidade, como os quartzitos exóticos, ainda eram pouco exploradas, enquanto os consumidores optavam por produtos importados. "Nosso objetivo foi ampliar a visibilidade do setor, fortalecer o posicionamento de nossas pedras como referências globais e atrair tanto o mercado interno quanto públicos que nunca enxergaram o Brasil como protagonistas no segmentos", ressaltou Flávia Milaneze, CEO da Milanez & Milaneze, organizadora da Marmomac Brasil.

O mercado brasileiro não tem um grande diferencial competitivo. Esse material combina apenas a beleza do mármore com a dureza do granito, tornando-se uma opção premium para aplicações internas e externas. Sendo o Brasil o principal país produtor, com uma diversidade de variedades, ele se destaca frente a concorrentes como Índia, Itália e China. A crescente demanda global por materiais exóticos tem impulsionado a exportação desse produto e fortalecido a indústria nacional.

Antes da pandemia, grande parte do quartzito era exportada. No entanto, com as transformações no comportamento do consumidor, que passaram a valorizar ambientes mais planejados e conceitos como a biofilia na arquitetura, o mercado interno passou a exigir cada vez mais esses materiais diferenciados, crescendo cerca de 10% ao ano desde 2020.

Para mais informações:

www.marmomacbrazil.com.br/