Encontro de Paisagistas debate a importância da valorização do projeto paisagístico

"O mercado está acostumado a pagar bem e valorizar os projetos de arquitetura, então porque os projetos de paisagismo que são tão complexos não tem a mesma valorização por parte do contratante? Está na hora do mercado reconhecer nossa importancia e nos dar o devido tratamento na hora de precificarmos o projeto. É incrível como ainda nos dias de hoje existem pessoas que confundem o paisagista com sendo o jardineiro. Embora o paisagista e jardineiro são complementares, na hora da implantação eles são diferentes na atuação, e é preciso educar esse mercado sobre essa realidade", indagou Marcelo Faisal.

Na ocasião, foram abordados temas importantes a serem analisados, como por exemplo, a importância de manter uma qualidade técnica nos projetos paisagísticos e cobrar o valor que realmente vale por todo esse know how de conceituar, representar, projetar e implantar. Outro tema importante foi a distinção de projetos corporativos e residenciais, que são diferentes na forma de atender, projetar e cobrar, afinal, o paisagista precisa ser compreendido no mesmo grau de importância que um arquiteto pelo simples fato de ser o responsável por manter a fachada do empreendimento ou da residencia com um aspecto natural e esteticamente agradável, tornando-a um cartão de visitas.

Para João Jadão, presidente da ANP, o encontro foi um sucesso além do esperado, pois, a participação de profissionais importantes nos temas em debate foi marcada por diversos pontos de vista em prol de um único objetivo, o reconhecimento da atividade do Paisagista na contrução civil. "É uma honra para ANP receber profissionais experientes e novos profissionais e reuni-los num debate que visa definir o futuro desta profissão, acredito que conseguimos avançar etapas importantes em benefício dos paisagistas brasileiros", afirma João Jadão.

Outros temas importantes foram amplamentes discutidos, como a cobrança da visita técnica, a consultoria, a reserva técnica, a administração de fornecedores, o trabalho conjunto com a arquitetura e a capacidade técnica de atender as necessidade projetuais.

A paisagista Mari Polesi também enfatizou sobre o processo evolutivo do profissional de paisagismo, no qual existem duas escolas que norteiam o conhecimento: a escola que tem Burle Marx como referencia e a escola que tem Benedito Abbud como referencia. “Na época de Burle Marx o paisagismo era percebido como algo artístico e tinha uma conotação representativa na beleza artística do desenho. Já na atual época de Benedito Abbud, o paisagismo é percebido pela exatidão técnica do projeto para ser compreendido por arquitetos e engenheiros na hora da implantação. Por isso, atualmente o valor que o mercado percebe e espera de um paisagista é este conhecimento técnico aliado a habilidade de conceituar artisticamente o projeto, exigindo que o paisagista se especialize a cada dia para conquistar seu valor e seu espaço no concorrido mercado da construção civil”, explicou Mari Polesi.

O debate também abordou questões de profunda relevância no cotidiano dos profissionais visando dar uma amplitude no entendimento de como deve ser a postura do paisagista perante sua profissionalização, pois, o grande valor percebido pelo cliente são as habilidade técnicas e conceituais que o paisagista acumulou em seu curriculo durante os anos de experiências práticas e cursos de especialização. Para o paisagista Raul Cânovas, o profissional paisagista tem que levar em consideração todos os esses esforços para saber o quanto ele merece cobrar e quanto vale de fato o seu trabalho, para que haja sempre a preocupação de se manter atualizado e atender clientes com excelência.

"É fundamental que o paisagista entenda de diversas técnicas, sobretudo a botânica, na hora de projetar o paisagismo, seja em residencias, empresa e principalmente em áreas urbanas. Isso exige estudos abrangentes que interferem na paisagem e exerce muita importância neste contexto, e o profissional que tem essa preocupação precisa ser valorizado e remunerado de acordo com essa experiência adquirida de muitos anos", frisa Raul Canovas.

Foi neste clima amistoso, com direito a brindes e bate papos informais, que se deu esse primeiro Encontro de Paisagistas, uma iniciativa da ANP - Associação Nacional de Paisagismo e contou com a presença de grandes nomes do paisagismo nacional, como: Marcelo Faisal, João Jadão, Marcelo Bellotto, Mari Polesi, Ricardo Pessuto, Raul Cânovas, Gilberto Elkis, Eliana Azevedo, Juliana Freitas, Alice Izumi, Fabiana Santiago, Cornelia Von Ammon, Diogo Lara, Felipe Alalou, Maria Luiza, Eduardo Delfino, entre outros.

"Quero convidar a todos os paisagistas a darem continuidade em tudo o que foi abordado neste Encontro, para que essas idéias possam ganhar vida e contribuir para o desenvolvimento profissional do paisagismo. A ANP está aberta para receber as sugestões que nos ajudará a seguir em frente com o propósito coletivo que os paisagistas estão buscando. Até o próximo Encontro!", finaliza João Jadão, presidente da ANP.

Informações e sugestões, acessem:

www.anponline.org.br