Confira os ambientes de paisagismo da Casa Cor Minas Gerais

Pensada inicialmente como um evento de design e de arquitetura de interiores, a mostra ganhou novos contornos e expande sua esfera de atuação, transformando-se numa plataforma geradora e disseminadora de conteúdo, ampliando e reforçando sua presença junto ao público e profissionais.

Casa Pré-Fab, por Bruno Campos, Marcelo Fontes e Silvio Todeschi (BCMF Arquitetos)

Casas industrializadas ou pré-fabricadas não gozam exatamente de uma boa reputação. Em alguns condomínios fechados, essas estruturas são, inclusive, proibidas já que usualmente são associadas a materiais baratos, com padrões inferiores de acabamento, estética e durabilidade, salvo raríssimas exceções. O grande desafio é ser uma destas exceções, projetando uma casa deslumbrante e atendendo aos propósitos da Casa Cor, que vê na industrialização da construção de alto padrão uma saída para a realidade brasileira.

A casa projetada especialmente para a CASA COR Minas tem 230 m2, distribuídos em apenas um pavimento. São três suítes ao todo (sendo uma de casal, com o dobro do tamanho das demais), sala de TV, sala de estar, sala de jantar, cozinha, área de serviço, lavabo, um miniescritório, piscina e uma garagem com capacidade para quatro carros. O projeto é resultado do arranjo de um “sistema” feito exclusivamente para a CASA COR Minas, composto basicamente por oito componentes (ou módulos) de tamanho padronizado (7 x 3 x 3m), que são completados por outros componentes menores, articulados de acordo com a geometria e orientação do terreno. Varandas, terraços, piscina, pérgulas e esquadrias amplas e recuadas ajudam a criar áreas de transição e integrar o interior ao paisagismo.

Os espaços internos são organizados em sequência linear, a partir da entrada principal. Os afastamentos entre os blocos serve para estabelecer uma setorização clara e garantir luz natural, circulação do ar e a privacidade entre os “setores”, criando também mini-pátios que se abrem para os banheiros dos quartos. O longo eixo que conecta de leste a oeste os oito módulos (orientados para o jardim ao Norte) é tratado como um espaço próprio, com jardim de inverno, miniescritório, lavabo e estantes, e não um mero corredor de circulação.          

Fachada e Jardim de Saída, por Paulo Pontes

Patrimônio Cultural da Humanidade, título concedido em julho deste ano pela Unesco, o Conjunto Moderno da Pampulha terá um pouco de sua história contada na fachada e jardim de saída da Casa Cor Minas. A homenagem, um painel em aço corten, de 30m x 3m, tem concepção do artista Léo Arruda, com base em elementos que compõem esse marco vivo, íntegro e autêntico da história da arquitetura mundial, da história brasileira e das Américas.

Para seu autor, o arquiteto Paulo Pontes, trata-se de uma homenagem particular a Lúcio Costa com quem ele afirma ter aprendido sobre a importância da arquitetura moderna na preservação do patrimônio histórico. Pensado de forma a não cobrir a fachada original da casa, de 1969, o painel faz uma intervenção delicada, seguindo o mesmo ritmo original. Para Paulo Pontes, trata-se de uma demonstração do aprendizado que recebeu de Lúcio Costa.

No Jardim de Saída, a simplicidade chama à contemplação. Em um gramado com pedras, três mesas da Cultivado em Casa e pufes da Prodomo convidam a ficar um pouco mais. À noite, o espaço ganha iluminação assinada pela lightdesigner Júnia Carsalade.

Giardino e espazio di vino, por Droysen Tomich, Marcelo Serafim e Flávia Zambelli

Um jardim de estilo italiano incorpora o calor dos países mediterrâneos e, com isso, quebra o excesso de formalidade com sua licença poética. Pois é a releitura dessa paisagem que predomina esse jardim, espaço que, aqui, foi pensado como o ideal para a degustação de vinhos.

Cercado de muros cobertos de heras, ele tem, ao fundo, a ambientação de uma casa antiga, sugerida por uma porta de duas bandeiras, original de uma fazenda colonial mineira. Tudo remete ao jeito italiano de bem viver: muita topiaria com plantas apropriadas, maciços de lavanda, a presença de vasos rústicos e o elemento que não pode faltar em um projeto com essa inspiração, a água, que jorra de uma fonte do século 18.

A parte moderna do projeto fica por conta de um sofá revestido em tecido cru para área externa e cadeiras de corda náutica, tudo assinado pela Tideli. Há ainda uma lareira de chão em um vaso alguidar, além de uma adega feita em vergalhão de aço envelhecido, com plantas incrustadas, com vários compartimentos para os vinhos, nesse jardim tão inspirador, de, aproximadamente, 120m2.

Data da mesma época a escultura que compõe o espaço. Ambas são em mármore branco, italianas autênticas. Para a degustação, uma grande mesa de madeira de demolição, de 4m de extensão, é emoldurada por cadeiras de ferro.

Inhotim Box

Para participar da 22ª CASA COR Minas Gerais, o maior Centro de Arte Contemporânea do país e um dos maiores do mundo preparou uma espécie de loja itinerante, construída pela CROSSLAM dentro de um modelo construtivo inovador.

A estrutura garante a agilidade e mobilidade de transportar esta loja para outros lugares. O projeto foi desenvolvido pela Estufa em parceria com a arquiteta Bel Coelho, que desenhou uma linha de mobiliário que se destaca pelo caráter multiuso.

Neste ambiente, o público pode encontrar produtos comercializados na loja Inhotim e também uma linha em cerâmica com peças criadas exclusivamente para a CASA COR Minas.

Jardim da Lagoa, por Felipe Fontes

Nesse jardim, a utilização de diversas espécies de capins integra o paisagismo ao Conjunto da Pampulha, que tem a lagoa como um grande diferencial. São plantas que nascem de forma espontânea na margem da lagoa, e seu uso nesse jardim gera um ambiente natural e simbiótico com a paisagem.

Os capins apresentam um belo movimento com o vento, trazendo leveza e aumentando o prazer gerado pela brisa vinda do grande espelho d’água. Um conjunto de plantas rústicas, pouco exigentes, e tecnicamente muito apropriadas para a contenção de taludes. De beleza diferenciada, imprimem modernidade e se relacionam bem com a arquitetura do local e com o conceito do evento.

Jardim Olimpo, por Nãna Guimarães

Este ano o Brasil foi o palco do maior evento esportivo do mundo, as Olimpíadas. Foram milhares de pessoas envolvidas, entre atletas, visitantes, voluntários e chefes de estado. O resultado desse encontro foi uma grande celebração ao esporte, à união e à cultura brasileira.

Agora, com o fim da competição, marcada principalmente pela alegria do povo brasileiro e também pelo sucesso de sua realização, esse Jardim Olimpo faz uma homenagem merecida, inspirando-se nesse fabuloso evento esportivo.

Marcado pela originalidade e pela ousadia, o jardim integra plantas nobres e belas com elementos essenciais, como fogo, água e a pedra. Um dos destaques é a inusitada lareira "Pierre de Coubertin", cujo nome foi inspirado no barão considerado o pai das Olimpíadas modernas. A vista privilegiada para a Lagoa da Pampulha é o complemento perfeito para o aconchegante e elegante jardim.

Jardins de Luz, por Júnia Carsalade

Dois jardins, batizados de “Jardins de luz”, têm como proposta mostrar como um projeto luminotécnico pode ir além de apenas iluminar. Foram criados dois espaços externos onde a iluminação e a arte se comungam, criando uma harmonia perfeita entre o ambiente externo e o projeto arquitetônico.

Jardim de Luz da Lagoa: Trata-se de uma instalação luminosa que utiliza o trabalho do designer Volmar Silva. É inspirado em elementos astrais e formas lúdicas e apresenta um estudo minucioso do quanto a luminosidade e seu efeito podem influenciar no cenário onde está instalada. Composto por enormes bolas brancas leitosas, ora inteiras, ora pela metade, de vários tamanhos, próprias para ficar no tempo, internamente iluminadas por led.

Jardim de Luz 2: Nessa instalação, feixes de luz formam um conjunto de esferas iluminadas, criando um espaço diferente e impactante. Inúmeras bolinhas do tamanho das que são utilizadas em piscina de bolinhas de criança foram iluminadas internamente com miniled e dispostas em diversas alturas. Presas em vergalhões (cuja altura varia de 20cm a 3m), parecem que estão flutuando, numa inusitada floresta, com cerca de 180 esculturas luminosas, situada entre a casa de vidro e a casa Laminus.

Lounge da Casa do Baile, por Renata da Matta

Projetada para completar com um espaço de lazer popular o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, a Casa do Baile nos ensina que a arquitetura e a cidade são para todos. É também um raro exemplo de como o atendimento a um programa banal – um restaurante e uma casa de dança – resultou em um dos mais importantes monumentos da arquitetura mundial. Tudo em sua arquitetura parece reforçar seu usufruto e estimular a permanência.

Diante de uma obra tão virtuosa, o projeto desse lounge propõe uma interferência mínima, sem ruído. Para isso, foi criado um ambiente simples, porém aconchegante, com pufes, poltronas e sofá amigáveis, aliados perfeitos para um lugar em que a contemplação se torna uma vontade imediata. Além de design super clean, as peças, da Promodomo, tem conceito sustentável, em sintonia com o que o mundo atual pede. Feitas de material reciclado, são todas brancas, com o charme de um barrado tiedie, sendo cada uma de uma cor diferente.

O resultado é um ambiente minimalista, totalmente afinado com a arquitetura de Niemeyer, implantada em uma pequena ilha às margens da Lagoa da Pampulha: um volume aparentemente circular do qual se desdobra uma generosa marquise a delimitar claramente o ambiente aberto do jardim, unificando o salão principal à pequena edícula lateral, onde estão os sanitários e um palco para apresentações ao ar livre.

SOBRE CASA COR

A CASA COR é reconhecida como a maior e melhor mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas e reúne, anualmente, renomados arquitetos, decoradores e paisagistas. Em 2016 chega à sua 22a edição em Minas Gerais e com 20 eventos nacionais (Alagoas, Bahia, Brasília, Campinas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Interior de SP, Litoral de SP, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina) e cinco internacionais (Miami, Peru, Chile, Equador e Bolívia).

CASA COR Minas Gerais 2016

De 30 de agosto a 04 de outubro de 2016

Endereço: Alameda das Latânias, 30 – São Luiz – Pampulha – Belo Horizonte

Ponto de referência: Esquina com Avenida Otacílio Negrão de Lima

Horário de funcionamento: de terça à sexta de 15h às 22h/ Sábados, de 13h às 22h e aos domingos e feriados de 13h às 19h.

Informações: www.casacorminas.com.br

A entrada para todos os eventos promovidos no Teatro CASA COR Minas é gratuita mediante compra do ingresso para a mostra CASA COR Minas Gerais. Sujeito a lotação do espaço, que deverá variar em função da configuração adotada para cada evento.

Ingressos:

Acesso único(terça a domingo): De terça a sexta-feira: R$40 inteira e R$20-meia/ Sábados, domingos e feriados: R$50 inteira e R$25-meia

Passaporte (válido para visitas ilimitadas durante todo o período da mostra): R$140- inteira ou R$70–meia-entrada

Vendas na bilheteria da CASA COR Minas ou pelo site: http://www.blueticket.com.br