Confira a 7ª Mostra de Paisagismo - Minha Casa Meu Jardim 2011 (Parte II)
Ambiente 8 – Um Natal no meu jardim
Liana Glingani é paisagista, designer floral e cenógrafa
A cenógrafa, paisagista e designer floral Liana Glingani, de São Paulo, mostra que, assim como reaproveitamos matéria, podemos reciclar hábitos, costumes, ideias e experimentar a tradição a partir de um novo ponto de vista. Assim, ela decidiu convidar a natureza para participar de uma festa de Natal, transpondo-a para um ambiente externo. O Natal out door de Liana mantêm ícones das celebrações mais tradicionais, mas é brasileiro e, portanto, acontece em pleno verão. Na iluminação prevalecem as velas nas cores claras e dourada. “O ambiente convida o interlocutor a ser a peça principal desse universo repleto de experimentações, resgatando memórias e valores. O espaço surpreende ao trazer uma nova perspectiva e por despertar sentimentos de alegria, conforto e o prazer da convivência junto à natureza na construção de novas vivências em uma data tão especial”, define Liana.
Ambientes 9 e 10 - Árvores brasileiras raras e notáveis
Harri Lorenzi, um dos maiores especialistas em botânica do Brasil
O engenheiro Agrônomo Harri Lorenzi, presidente da ONG Jardim Botânico Plantarum, de Nova Odessa, cataloga árvores brasileiras, sendo um dos maiores especialistas em botânica do Brasil, com vários livros publicados em diversas línguas. Ele foi convidado para participar da mostra para divulgar o potencial de uso das árvores brasileiras no paisagismo e destacar a importância da conservação das espécies ameaçadas.
Para isso, ele trabalhou com cinco eixos temáticos: espécies extintas na natureza; árvores símbolo; frutíferas nativas; floríferas raras e uso histórico de madeiras da região Sudeste. Sua criação exigiu uma criteriosa seleção de exemplares arbóreos da flora brasileira, constituindo uma coleção viva, cujo propósito é despertar a sensibilização dos visitantes para a importância da conservação das espécies de árvores raras e de seu potencial paisagístico. Para a seleção das espécies, Lorenzi levou em conta o grau de ameaça, a beleza, a importância ecológica, a utilidade e potencial paisagístico, aspectos históricos, simbologia e curiosidades.
Ambiente 11 - Quintal Alternativo
O uso alternativo de técnicas de compostagem, com o aproveitamento de material resto vegetal (galhos, folhas, cascas etc.) para a obtenção de um excelente adubo para hortas e pomares e o cultivo em água (hidrocultura) como alternativa para ambientes residenciais, terraços ou pequenos espaços. Essa é a proposta do casal Paulo e Maristela Van den Broek, ele agrônomo, ela paisagista, e dos produtores de hortaliças Iara Viviane Pieretti e Feliciano Ribeiro, todos de Holambra.
A ideia é mostrar o passo a passo da compostagem (processo biológico em que os microrganismos transformam a matéria orgânica, como estrume, folhas, papel e restos de comida, num material semelhante ao solo e que pode ser utilizado como adubo), até seu uso em hortas de alface, repolho e chuchu, e em pomares, com acerolas, pitangas, amoras e frutas cítricas. A máquina de triturar galhos e folhas que dá início ao material da compostagem está em pleno funcionamento no ambiente.
Para quem têm pouco espaço para ter uma horta em casa, os profissionais sugerem o kit de hidrocultura. Elas são cultivadas em água com fertilizante em canos com furos horizontais. Essa estrutura, além de ocupar pouco espaço, pode ser sobreposta e instalada em varandas, terraços ou próxima a janelas de apartamentos ou pequenas residências. Além de hortaliças, como alface e rúcula, podem ser cultivados nos kits também frutas, como o morango, e flores comestíveis, como a capuchinha.
Ambiente 12 - Varanda de Praia
Paisagistas Silvia e Mariana Maretti
Um jardim exótico, que apresenta a tendência Color block (tendência das passarelas que chega à decoração e caracteriza-se pelo uso de blocos de cores fortes e vibrantes em um mesmo espaço) em uma casa de praia com “pé da areia” muito charmosa e cheia de personalidade.
Esse é o resultado do trabalho das paisagistas Silvia e Mariana Maretti, de Mogi Mirim, que escolheram uma grande variedade de cactos, de espécies e formas diferentes e tamanhos que variam de 5 centímetros a 2 metros como plantas principais para a ornamentação do ambiente.
Ambiente 13 – Banheiro Natural
Ambiente criado pelos paisagistas Alexandre Guimarães Barbosa Zebral (foto) e Líria Loschmer
Para mostrar que é possível cultivar plantas em qualquer ambiente interno desde que sejam respeitadas as suas necessidades, os paisagistas Alexandre Guimarães Barbosa Zebral e Líria Loschmer, de São Paulo, decidiram montar seus canteiros em um banheiro. Escolheram a variedade tropical úmida, característica das florestas brasileiras e usaram e abusaram das plantas nativas. “Para as plantas que necessitam e gostam de umidade, os banheiros e cozinhas são ótimos lugares para cultivá-las”, diz.
A iluminação de Led foi estrategicamente projetada para dar leveza à estrutura de madeira e, no ambiente, para evidenciar os elementos paisagísticos mais imponentes. A luz de Led também permite a fidelidade de cor no balcão principal e equilibra a temperatura de cores. Por se tratar de um banheiro optou-se pela maior utilização de tons neutros, mas tons quentes destacam-se em alguns pontos para dar a sensação de conforto. A decoração das paredes foi finalizada com as obras do artista plástico Sérgio Pianco, que trabalha com ícones da cultura brasileira.
Ambiente 14 - Terazzo della famiglia (Terraço da Família)
Patrícia Forte, arquiteta e designer
A arquiteta e designer Patrícia Forte, de Campinas, pensou em um espaço que trouxesse prazer para famílias que gostam de conversar e de cuidar da horta. Ela idealizou uma família típica italiana que, pela manhã, tenha por costume colher ervas (manjericão, alecrim, arruda e hortelã) e pimentas nas hortas plantadas em jardineiras de pinus para o preparo das refeições e, a tarde, retorne ao espaço para conversas enriquecidas pela degustação dos frutos das árvores (carambola e jabuticaba) plantadas pela própria dona da casa.
O espelho d´água é guardado por dois totens com a figura de elefantes entalhados em tronco de árvores. Os confortáveis móveis em fibra sintética e madeira certificada dividem o ambiente com os futtons de madeira reaproveitada, mostrando criatividade e bom senso na reutilização de materiais na decoração. Destaque para as três telas e para as almofadas pintadas a mão pela artista plástica Maria Isabel Santos, para os quadros porta vasos que também utilizam materiais ecologicamente corretos.
Ambiente 15 - Lounge do convívio
O paisagista Alexandre Galhego, assina este ambiente espetacular
Ao colocar um SPA com cinco lugares de última geração em um ambiente aquecido por uma lareira ecológica e envolto por uma exuberante vegetação tropical, o agrônomo e paisagista, Alexandre Galhego, de Campinas, criou uma área de convívio e relaxamento muito charmosa e requintada. Um local para resgatar hábitos saudáveis e suavizar a rotina diária ao lado de amigos ou familiares.
Os móveis para descanso são de rattan, colocados sobre o deck de pinus autoclavado que ganhou iluminação geocerâmica. O mural verde também é feito com materiais sustentáveis (ecoparede). A vegetação traz ipês roxos, palmeiras fênix e de lucuba e arbustos tropicais como alpínias, helicônias, formios, estrelitzias, dianelas, moréias e plantas de impacto como pândanus e ravenalas.
Ambiente 16 - Este é o meu lugar
Malú Conceição Cavalheiro, artista plástica e floral e designer de interiores e exteriores e Flavio Gallo Scarcello, decorador de eventos e construtor de lagos assinam este belíssimo projeto
O conceito proposto por Malú Conceição Cavalheiro, artista plástica e floral e designer de interiores e exteriores, de São Paulo, e Flavio Gallo Scarcello, decorador de eventos e construtor de lagos, foi o de criar um espaço de convívio em propriedades urbanas, rurais ou de veraneio. Por isso, fica impossível imaginar se é um jardim ou um quintal. É visível a proposta de Malú ao criar o espaço exatamente com o tema que lhe foi dado: “Este é o meu lugar”. A ideia da artista plástica e do decorador de eventos foi criar um local de busca da paz interior, inspiração e sabedoria através da natureza.
Ambiente 17 – Ecologia, paisagismo e bem estar integrados
Profissionais responsáveis pelo fabuloso projeto, que conta com uma incrível diversidade cultural
A diversidade cultural é trabalhada nesse espaço criado pela designer Tici Andriani, pelo paisagista Nivaldo Dellagostini, pelo técnico bioquímico Rogério Luís de Oliveira e pelo empresário Paulo Yugo Kai. A proposta é aproveitar o que existe de melhor nas tendências oriental e tropical de paisagismo, unificando-as harmoniosamente, da mesma forma com que são integrados os ambientes interno e externo.
A tendência oriental pode ser observada na forma do lago com sete carpas Nishikigois e oxigenado por três cascatas. Os orientais usam os números ímpares por acreditarem que trazem sorte e prosperidade. Da Índia vieram, ainda, as mesas central e lateral do estar criado no pergolado de madeira de eucalipto que um dia já foram postes de luz e, portanto, aqui suavizados pela leveza branca do voal.
Num jardim oriental não poderiam faltar os bonsais. Para esse ambiente foram escolhidos o Matsu, o Shimpaku e o Jacaré. O aquário de 600 litros apresenta sete peixes kinguios e traz uma tecnologia chinesa de filtragem biológica que garante a água limpa, cristalina e equilibrada.
Ambiente 18 - Jardim do Orquidário
Flávio Gallo Scarcello e Rosely Pardini, foram os responsáveis por este projeto inspirador
O cultivador ou admirador de orquídeas encontra nesse ambiente uma aconchegante área de repouso e recepção para troca a de experiências com os apaixonados por esse hobby. A dupla Flávio Gallo Scarcello, de Holambra, decorador de eventos, paisagista especializado em execução de lagos ornamentais e Rosely Pardini, arquiteta e paisagista, de Campinas, idealizou uma árvore de orquídeas para expor a sua espécie favorita, a Phalaenopsis. Essa árvore oferece a sombra necessária para duas espreguiçadeiras de madeira certificada, permitindo a contemplação do jardim criado para reunir amigos e aficionados pela cultura de orquídeas.
O estar externo é composto por um sofá e duas poltronas de madeira certificada com fibra natural, cercados por canteiros de bromélias (Gusmânia, Aechemea, Neoregelia) e por cachepôs de fibra de bananeira com orquídeas. A iluminação de piso é direcional, feita por lâmpadas PAR 20.
À esquerda, um lago ornamental com peixes é circundado por palmeiras (Phoenix roebelenii), bromélia imperial, crótons, liriopes, barba de serpente, impatiens e ivone variegada. O caminho leva grama esmeralda, areia branca, seixos e pedra caverna. A parede é feita de eucalipto tratado em autoclave.
Ambiente 19 - Convívio e Bem Estar
A arquiteta Raquel Nopper Alves criou este ambiente que pode ser implantado na íntegra
Preocupada em criar um espaço realmente acessível para ser implantado em qualquer residência, a arquiteta, Raquel Nopper Alves, de Campinas, compôs um ambiente que prioriza o aconchego e a qualidade de vida. O espaço de relax é 100% sustentável, abrigando, inclusive móveis ecologicamente corretos. Tudo foi pensado para aguçar os cinco sentidos. Plantas diversificadas tangenciam a visão, o olfato (pelos aromas), o tato e o paladar (temperos) e uma cascata aguça a audição.
O mobiliário é também ecologicamente correto, com materiais como fibra de bananeira, madeira de demolição e rattan. O lago ornamental com a cascata produz o agradável som da água e umidifica o ar, amenizando os problemas respiratórios.
Ambiente 20 - Jardim Mediterrâneo
A paisagista e decoradora Sigalit Beni reside há treze anos no Brasil
A oliveira é uma das árvores mais importantes citadas na Escritura por sua conexão direta com o povo de Israel, país de origem da paisagista e decoradora Sigalit Beni que reside há 13 anos no Brasil, três dois quais em Holambra. Por isso ela não pensou duas vezes ao escolher um exemplar de 120 anos para ser a grande atração de seu ambiente, e que também simboliza a paz para o povo do Oriente Médio.
Para essa árvore se desenvolver, embora de maneira lenta, não importam as condições do terreno. Ela cresce em terra fértil, mas, também nas pedras, montanhas e vales, sob intenso calor e com pouca água. É uma planta quase indestrutível. Mesmo quando cortada e queimada novos ramos surgem de sua raiz.
A espécie plantada nesse ambiente tem cerca de seis metros de altura e foi trazida do Rio Grande do Sul. Sigalit decidiu plantá-la no meio do ambiente e criou caminhos para que o público aproxime-se para admirá-la bem de perto. Do pergolado decorado com móveis em ferro é possível relaxar e admirar esse belo jardim.
Ambiente 21 - Jardim da florista
Neste ambiente, Celeste Moraes e Denice Tritapepe buscaram a
origem e identidade do país por meio de suas espécies vegetais
Esse jardim mostra como é o ateliê de trabalho de uma florista criado pela arquiteta e paisagista Celeste Moraes, de Campinas, e pela decoradora e designer floral Denice Monjon Tritapepe, de São Paulo. É um espaço criado para relembrar a flora brasileira, buscando um resgate da origem e identidade do país por meio de suas espécies vegetais.
A estrutura de madeira de reflorestamento em forma de asa delta, onde fica a bancada de trabalho da florista, tem cobertura de piaçava e foi construída ao lado de uma jabuticabeira transplantada, de 45 anos, a grande atração desse espaço. Ao pé da jabuticabeira, uma bicicleta decorada simboliza o conceito de sustentabilidade focado no transporte limpo, sem o uso de combustíveis.
Ambiente 22 - Praça dos Ipês
Claudia Vaamonde e Rebeca Iricevolto utilizaram árvores de grande porte
Em pouco tempo é possível construir um jardim com árvores de grande porte, utilizando materiais remanescentes e espécies nativas brasileiras. Esta é a proposta das engenheiras agrônomas e paisagistas Claudia Vaamonde e Rebeca Iricevolto, de Campinas, ao criarem um belo espaço formado por nove ipês roxos, brancos e rosa.
Como elementos principais do projeto, foram transplantados quatro ipês roxos (Tabebuia impetiginosa), quatro brancos (Tabebuia roseo-alba) com cerca de 6 m de altura, e um rosa (Tabebuia pentaphylla), com cerca de 20 anos de idade e 10 metros de altura. Para este plantio de árvores de grande porte é necessário grande conhecimento nos cuidados e manuseio de árvores e tecnologia e equipe qualificada, desde a retirada da planta de seu local original, no transporte, plantio e manutenção.
No paisagismo o destaque é para a rosa do deserto, originária da Arábia e Norte da África e produzidas, no Brasil, no município de Urupá, Rondônia. Elas foram trazidas pelo produtor para a Expoflora com a finalidade de conquistar projeção nacional, aproveitando-se da repercussão que o evento proporciona. As rosas do deserto têm dois diferenciais em relação às demais plantas: a enorme variedade de formatos e cores de suas flores e o seu caule, que cresce entrelaçado, na forma de esculturas.
Imagens: reportagem Paisagismo em Foco / Divulgação
Serviço:
30ª Expoflora
Data: de 01 a 25 de setembro, de quinta-feira a domingo e no dia 07 (quarta-feira – feriado da Independência do Brasil),
Horário: das 9h às 19h
Localização: Holambra, SP 340, rodovia Campinas-Mogi Mirim, saída 140.
Na bilheteria, os ingressos custarão R$ 28,00. Crianças de até cinco anos de idade, acompanhadas dos pais ou responsáveis, não pagam.
Informações: (19) 3817.2228 ou 3802-1421 e pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.